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Atrasado em 6 anos, BRT TransBrasil será menor do que o previsto

  • Foto do escritor: Blog do Yan Ney
    Blog do Yan Ney
  • 7 de fev. de 2023
  • 3 min de leitura

Atualizações no projeto reduzem extensão das vias e criam um novo terminal para interligar o sistema ao VLT e ônibus convencionais.


Mapa do corredor BRT TransBrasil

Com obras iniciadas em 2015, o BRT TransBrasil ainda não foi finalizado. Segundo a Secretaria Municipal de Infraestrutura, o serviço será entregue no final de 2023 com percurso menor do que o previsto incialmente.


No projeto original, o corredor teria 31 km, indo de Deodoro à Candelária. No entanto, atualizações no projeto mostram que ele terá 26 km, com 18 estações e 4 terminais, incluindo o Terminal Gentileza, inserido na atual gestão do prefeito Eduardo Paes. Ocupando o terreno do Gasômetro, em São Cristóvão, a última estação fará integração entre o BRT TransBrasil, VLT e linhas de ônibus convencionais.


“O trabalhador não precisa pagar outra passagem, chega aqui com conforto, integra com o VLT e vai trabalhar. Temos três corredores já implantados. Agora é terminar essa obra e colocar para funcionar.”, afirmou Eduardo Paes ao lançar o projeto do Terminal.


Projeção do Terminal Gentileza

Para a finalização das obras, o orçamento previsto é de R$ 361 milhões, com o governo federal assumindo mais de 80% do valor. Ao todo, o custo total da implantação da TransBrasil será de aproximadamente R$ 1,9 bilhão.


Em seu governo, o ex-prefeito Marcelo Crivella prometeu concluir o projeto de seu antecessor, Eduardo Paes, mas isso não aconteceu. Ele ficou no comando da cidade de 2017 a 2020.


Como justificativa para o atraso, a Secretaria de Infraestrutura diz em nota que “A prefeitura do Rio retomou o projeto do BRT TransBrasil em agosto do ano passado, após quatro anos de abandono e está atuando em diversas frentes para viabilizar a operação do corredor TransBrasil em dezembro de 2023.”


Em 2019, o Tribunal de Contas do Município do Rio de Janeiro calculou um prejuízo de quase R$ 1 bilhão devido ao atraso das obras da TransBrasil. Crivella, em sua gestão, solicitou que o projeto fosse investigado por suspeita de superfaturamento, o que não se comprovou.


Assumindo novamente a prefeitura em 2021, Eduardo Paes afirmou que o “dinheiro sempre teve, o que faltou foi competência”.


Gabriel Bergamo, morador da zona oeste que faz o trajeto da Avenida Brasil todos os dias, reclama do atraso das obras, que bloqueiam vias e atrapalham a vida de quem passa pelo local.


“A gente vê o pessoal trabalhando, mas eles demoram uma eternidade para fazer um trecho. Normalmente eles inviabilizam duas ou três vias. Já é um lugar engarrafado, assim fica mais ainda.”, conta.



O Bus Rapid Transit and System (BRT) é um projeto constituído de quatro corredores de ônibus com duas composições. O grande desafio da implantação desse sistema é porque estão em algumas das principais vias expressas da cidade.


O BRT recebeu financiamento do Ministério dos Transportes, Ministério das Cidades, e Governo Fluminense, além do capital da prefeitura e empréstimos do BNDES. Até o momento, três dos quatro corredores foram entregues: TransOeste, TransCarioca e TransOlímpica.


A previsão é que a TransBrasil transporte entre 150 mil e 250 mil pessoas por dia, contribuindo para diminuir a circulação de ônibus na Avenida Brasil e no Centro da cidade. A promessa é que a viagem do passageiro também fique mais rápida, pois os ônibus usarão vias exclusivas.


Em entrevista ao jornal O Globo, o professor Marcus Quintella, diretor da FGV Transportes, explica como a prefeitura da cidade consegue gerir o BRT após a implantação.


“O histórico que o BRT tem é absurdo. O sistema acaba dependendo da gestão do tráfego, da frota, dos consórcios, são muitas variáveis para a prefeitura. É preciso saber se vão conseguir cuidar de tudo. Todos esses pontos precisam ser analisados.”


Consequência do abandono


Estação do corredor TransBrasil com sujeira

Enquanto isso, ao longo dos 26 km do futuro corredor TransBrasil, algumas estações viraram moradia para pessoas em situação de rua. Segundo a Secretaria de Infraestrutura, elas vêm sofrendo atos de vandalismo e que essa é uma questão de segurança pública.


Para Guilherme Abreu, que passa pelas obras da TransBrasil cotidianamente, faltam ações de segurança pública para proteger o local. “As estações viraram casa de usuários de drogas. Abandonada, não tem fiscalização, não tem nada. Os caras dormem em um lugar feito com dinheiro público.”


Em nota, a Secretaria de Ordem Pública diz que já existe um programa de proteção do BRT, chamado “BRT Seguro”, que realiza ações de ordenamento, combate a vandalismos e furtos na região.



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