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Banco Central não cede e juros continuam em 13,75%

  • Foto do escritor: Blog do Yan Ney
    Blog do Yan Ney
  • 23 de mar. de 2023
  • 2 min de leitura

Atualizado: 22 de mai. de 2023

Em meio a pressão do governo, Copom alertou que pode subir a taxa caso incertezas se mantenham.



O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central se reuniu nesta quarta-feira (22) e decidiu manter a taxa de juros (Selic) em 13,75% ao ano pela quinta vez consecutiva.


Na reunião, avaliaram que a pressão inflacionária no Brasil continua e o cenário internacional piorou, elevando a incerteza econômica com a crise bancária nos EUA e Europa. O órgão também concluiu que a nova proposta de regra fiscal segue indefinida e, se for preciso, os juros vão voltar a subir.


Nos últimos dias, alguns especialistas esperavam ao menos um sinal de que o colegiado do BC reduzisse a Selic, o que não aconteceu. Desde que Lula tomou posse, o Copom já se reuniu duas vezes, e em ambas ocasiões manteve o maior patamar desde 2016. Esse tem sido um motivo de conflito do presidente da República e membros do primeiro escalão do governo com a entidade.


Em nota, o órgão disse que está vigilante e que deve manter essa posição até que a redução da inflação se confirme:


“O Comitê reforça que irá perseverar até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas, que mostrou deterioração adicional, especialmente em prazos mais longos.”


A projeção da inflação para esse ano subiu de 5,79% para 5,89%, segundo o Relatório Focus, publicado no final de fevereiro. Enquanto isso, a estimativa de 2024, divulgada pelo BC na última segunda-feira (20), saiu de 4,02% para 4,11%.


Após a decisão do colegiado do BC, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse estar preocupado, pois suas projeções para janeiro estão se confirmando, de acordo com a Lei de Responsabilidade Fiscal.


“Muito preocupante, porque hoje nós divulgamos o relatório bimestral da Lei de Responsabilidade Fiscal mostrando que as nossas projeções de janeiro estão se confirmando sobre as contas públicas, e o comunicado deixa em aberto, num momento em que a economia está retraindo e que o crédito está com problemas, sobretudo empresas e famílias.”, afirmou o ministro.


Os ministérios da Fazenda e Planejamento divulgaram um relatório que sinalizam a redução na previsão de crescimento da economia de 2,5% para 1,6% em 2023. No mesmo comunicado, a expectativa de rombo nas contas públicas caiu de R$ 230 bilhões para R$ 107 bilhões, sem contar a despesa com pagamento dos juros da dívida pública.


Avaliação do Copom


O Copom analisou que a reoneração dos tributos sobre os combustíveis aumentou a incerteza sobre o resultado das contas públicas no curto prazo. A reunião também avaliou que a nova proposta de arcabouço fiscal segue indefinida, o que atrapalha as expectativas para a dívida pública. Na última terça-feira (21), Lula afirmou que vai deixar para divulgar o novo mecanismo quando voltar da China, em Abril.


No cenário internacional, o BC observou a expectativa para desaceleração da economia global e a crise de crédito com a falência do Silicon Valley Bank, nos EUA, e pela instabilidade do Credit Suisse, na Europa.


O Copom volta a se reunir nos dias 2 e 3 de maio para reavaliar a taxa básica de juros.


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