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Fungo de "The Last Of Us" existe e ajuda no tratamento de câncer

  • Foto do escritor: Blog do Yan Ney
    Blog do Yan Ney
  • 17 de mar. de 2023
  • 3 min de leitura

Atualizado: 26 de jun. de 2023

Cordycerps também auxilia no tratamento da diabetes graças às propriedades médicas.



A aclamada série “The Last Of Us” terminou sua primeira temporada no último dia 12 de março. Na trama, o fungo Cordyceps é responsável por uma pandemia que começou a transformar pessoas em monstros e a jovem Ellie Williams pode ser responsável pela cura da doença.


Acontece que esse fungo parasita existe fora da ficção e também é responsável por controlar o hospedeiro, mas diferente da história, ele não infecta humanos e sim artrópodes e insetos.


Em geral, o Cordyceps infecta as formigas e aranhas através de esporos e se desenvolve dentro delas, mantendo-as vivas, mas consumindo sua estrutura molecular. Em uma ou duas semanas ele atinge o sistema nervoso central, e o hospedeiro acaba morrendo depois de uma série de crises. Mais tarde, percebe-se a formação do ascoma, uma espécie de saco que vai surgir fora do corpo do animal e liberar esporos para infectar novas vítimas.


É comum dizer que o fungo transforma os hospedeiros em zumbis. No entanto, a Drª Ana Carolina Aor, micologista do Hospital Universitário Pedro Ernesto, afirma que isso não é bem verdade. Segundo a especialista, a série pode ter se baseado em criar monstros através desse fungo porque ele torna seus hospedeiros em seres neurologicamente alterados.


“E na verdade assim, não é que elas são transformadas em zumbis. O fungo, a partir da hora que ele começa a tomar, como você me perguntou, ele é um endoparasito. A partir da hora que ele começa a infectar vários tecidos do artrópode, ele chega até o sistema nervoso central do artrópode e essa alteração que ele começa a causar no sistema nervoso faz com que o artrópode comece a andar, ficar trêmulo, ter alteração pra andar e tudo. Então parece que ele viraria um zumbi. Acho que foi daí mais ou menos que a série acabou tirando.”


Em 2009, a Universidade de Nottingham, na Inglaterra, estudou a cordicepina, um tratamento utilizado para o câncer, desenvolvido a partir do fungo Cordyceps. O estudo foi publicado na revista científica Journal of Biological Chemistry e concluiu que, em doses menores, a cordicepina impede o crescimento descontrolado da doença. Em altas doses, o tratamento evita que as células se juntem entre si e, por sua vez, inibe seu crescimento.


No entanto, os estudos também mostraram que apenas uma dose de cordicepina é rapidamente degradada pelo organismo, e uma segunda dose pode causar efeitos colaterais e atrapalhar o tratamento do câncer.


Para driblar esse problema, pesquisadores da Universidade de Oxford, em colaboração com a biofarmacêutica NuCana, estão trabalhando para melhorar sua potência e aumentar a eficácia do medicamento.


De acordo com a Drª Ana Carolina, além da cordicepina, esse fungo também é utilizado para o tratamento da diabetes. Estudos mostram que o Cordyceps possui propriedades que auxiliam pacientes com resistência à insulina.

“A gente sabe que tem várias substâncias que são produzidas por fungos, que são utilizadas na medicina. Então, por exemplo, tem o próprio Cordyceps. Ele tem atividades que são anti-tumorais, ele tem outros metabólitos que são anti-inflamatórios, eles tem muito uso também com relação a diabetes. Então assim tem várias propriedades.”


O Cordyceps é muito utilizado na medicina oriental, incluindo a japonesa, indiana e chinesa. Na China, por exemplo, graças às suas propriedades médicas, o fungo é vendido em pacotes e pode ser consumido em sopas ou chás. A União Internacional para a Conservação da Natureza classifica o Cordyceps como ameaçada, porque as mudanças climáticas e a coleta excessiva, devido ao seu grande valor econômico, são responsáveis pela queda populacional dessa espécie.


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