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No Rio de Janeiro, escolas públicas sofrem os impactos da violência urbana

  • Foto do escritor: Blog do Yan Ney
    Blog do Yan Ney
  • 26 de jun. de 2023
  • 12 min de leitura

Em apenas três meses deste ano, 257 colégios tiveram suas atividades paralisadas por pelo menos um dia, em razão da criminalidade


*Matéria em parceria com Enzo Tomaz Anselmo, Gabriel Segantini, Gustavo Fernandes, Jônatas Levi e Júlio César Barcellos


Crianças agachadas em corredor durante tiroteio na Rocinha, na Zona Sul do Rio - Foto: Reprodução/Redes sociais

Em São João de Meriti, município da Baixada Fluminense, a Avenida Doutor Roberto Silveira conta uma história preocupante. Na extremidade da via, um colégio estadual recebe crianças e jovens estudantes da rede pública de ensino e, ao seu lado, as lápides do Cemitério de Éden modificam a percepção de leveza de um espaço de aprendizagem. Na região, o colégio é conhecido como “Caveirinha”.


Diego Rodrigues, de 16 anos, um dos alunos do “Caveirinha”, traçava seu percurso cotidiano até o colégio, que se localiza a apenas dez minutos de casa. No caminho, ele foi parado por dois homens armados. O uniforme cinza com as faixas azuis na parte superior das mangas usado pelos alunos de escolas públicas o entregava. A ordem era enviar a seguinte mensagem aos diretores do Roberto Silveira: “Bota as crianças todas para dentro e não deixa sair ninguém, avisaram aqui que os ‘polícia’ tão vindo fazer operação e ‘nós não quer’ que ninguém saia machucado”.


A direção acatou, e todos na escola permaneceram trancados no refeitório durante a manhã. Nesse dia não houve aula e mais uma vez a educação no Rio de Janeiro foi atingida pela violência urbana. Diego Rodrigues passa bem, mas seu caso, que não é único e nem momentâneo, o traumatizou.


Dados da Secretaria Municipal do Rio de Janeiro mostram que em 2017, as escolas da rede pública da capital fluminense funcionaram sem a interferência da violência urbana, em média, 7 a cada 100 dias. A escalada da violência permaneceu em marcha, e somente em uma semana de maio de 2023, 80 escolas foram prejudicadas por operações policiais na cidade do Rio de Janeiro, afetando 25 mil alunos. Esse número representa o triplo da média semanal de fevereiro a abril, quando 28 escolas e 9 mil alunos foram impactados.


“O que mais impacta as escolas são as operações policiais”


Para Nalayne Pinto, professora de Sociologia da UFRRJ e pesquisadora do Observatório Fluminense e do Ineac (Instituto de Estudos Comparados em Administração de Conflitos), as operações da polícia prejudicam mais a população do que a dinâmica entre facções. De acordo com ela, essas atividades possuem poucos resultados no combate à criminalidade, com baixas apreensões e muito prejuízo social no fechamento de escolas e hospitais.


“As operações policiais são muito danosas para as escolas. Grande parte dessas atividades impactam na vida de milhares de estudantes. É claro que a dinâmica entre facções prejudica a vida dos cariocas, mas as operações policiais são mais danosas e mais letais, com baixíssimas apreensões. Apreendem, por exemplo, 3 fuzis e 5 kg de cocaína”, analisa Nalayne Pinto.


Enquanto isso, o Secretário Estadual da Polícia Militar do Rio de Janeiro, coronel Luiz Henrique Marinho Pires, afirma que a organização recolhe uma média de 15 armas de fogo por dia. Todas durante operações policiais. É um desafio levar educação para lugares dominados pela criminalidade quando 105 armas de fogo apreendidas são mais importantes do que a educação de 25 mil crianças por semana.


Entre as regiões mais afetadas pelas operações policiais estão a Zona Oeste do município e a Baixada Fluminense, que por sua vez traduzem a intensa ocupação da criminalidade. De acordo com dados do Instituto Fogo Cruzado, a baixada possui a maior concentração territorial do Comando Vermelho no estado, com 56,4 km², área superior a da Barra da Tijuca. Enquanto isso, quase 1/3 da cidade do Rio de Janeiro é dominada por algum grupo armado.


Na Região Metropolitana, 50,2% está sob domínio das milícias; 40,5%, sob o Comando Vermelho; 8,2% com o Terceiro Comando Puro e 1,1% com ADA. - Instituto Fogo Cruzado

Nalayne Pinto analisa que a criminalidade se estabeleceu nos arredores da capital fluminense por uma histórica ausência de políticas públicas.


“São áreas que foram renegadas por políticas sociais e cidadãos que não foram abarcados por projetos de cidadania plena. A gente tem um longo histórico de abandono a essas áreas e a presença de grupos armados com interesses de extorsão de moradores em busca de poder econômico e circulação de mercadoria. O tráfico está vendendo drogas das mais variadas formas e a milícia oferecendo segurança, gás e controlando transporte”, afirma a professora.


As consequências na saúde mental dos alunos


“É muito desesperador”, “ficamos muito assustados”, “sinto muito medo” e “ambiente de insegurança”. Esses são alguns dos relatos mais comuns de alunos que sofrem cotidianamente com o efeito da violência na educação. Conviver com esse problema resulta em consequências graves para a saúde mental dos estudantes, que vão desde o estresse até a insegurança. Enquanto alguns querem largar a escola por não ver futuro nesse ambiente opressivo, outros vivenciam seus amigos perdendo a vida para a criminalidade.


Segundo a especialista em Terapia Cognitiva Comportamental, Patrícia Simões, a consequência emocional envolve tanto o aspecto psicológico quanto o social. A psicóloga afirma que os jovens precisam de proteção, segurança e um ambiente de tranquilidade. A ausência desses preceitos fundamentais influencia diretamente na saúde mental das crianças e adolescentes e pode gerar consequências emocionais para a vida adulta


“Por estudarem em escolas marcadas pela violência diária, os alunos podem desenvolver uma série de comportamentos, tais como agressividade e vingança. Além de poder desenvolver fobia social, crises de pânico, sintomas de ansiedade e dificuldades de concentração e memorização”, analisa Patrícia.


O prejuízo na saúde mental é observado na história de Luiza Machado, de 24 anos, que durante o ensino médio vivenciou diversos confrontos entre traficantes e policiais próximos à sua escola. Em um deles, ela sofreu a perda de um colega de aula por envolvimento com a criminalidade


“Em 2018, em um domingo qualquer, recebi a notícia que um colega de turma tinha sido morto pela polícia. A gente recebeu a mensagem e soube que ele estava envolvido com o crime e foi morto numa fuga. Isso deixou a gente absurdamente desnorteado, sem saber o que fazer, até porque era uma pessoa do nosso dia a dia. A diretoria não foi nem um pouco compreensiva com o que aconteceu e a gente não teve apoio emocional”, relembra a jovem.


Campanhas de publicidade do governo expõem que a educação é uma peça chave para que as pessoas alcancem um status social melhor. Entretanto, quando esse propósito é confrontado pela vivência diária com o crime, muitos alunos acumulam histórias de frustração. Esse desafio também atinge os professores, que para além disso, perdem a motivação de estar em uma sala de aula e deixam de trabalhar em regiões perigosas para poupar suas vidas.


Diego Rodrigues, citado no início na reportagem, relata que não tem mais vontade de frequentar o colégio em que está matriculado e que procura outro lugar para estudar. O jovem considera que a instituição estar próxima à criminalidade complica a dinâmica de aprendizado.


“Por medo, não faço mais o caminho andando. Não é fácil esquecer, sempre sinto que poderia acontecer algo muito pior. Hoje em dia eu faço terapia por conta de todo trauma que essa situação me causou. Tem vezes que estamos na aula e começamos a ouvir tiros do lado de fora e isso faz a gente perder o foco e não conseguir render por estar assustado”, revela o estudante.


Lilian Barbosa, de 17 anos, está no último ano do ensino médio e é moradora da Favela da Mangueirinha, na cidade de Duque de Caxias, uma das comunidades mais perigosas do Rio de Janeiro. Ela conta que a ameaça constante influencia diretamente na sua rotina de ensino.


“Eu estudo na Escola Municipal Nova Holanda, e meio que já estou acostumada a ficar sem aula por causa das operações e conflitos armados. É muito comum. Claro, sem esquecer dos dias em que as professoras tiram os alunos correndo das salas e nos colocam nos corredores, os lugares ‘mais protegidos’ da escola. Apesar de dizer que estou habituada, é muito desesperador. Sempre acho que vou morrer durante esses momentos de conflito”, relata a estudante.


Crianças fogem de tiroteio na saída da escola - Foto: Reprodução/Maré Vive

A Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro divulgou que mais de 80 mil alunos foram afetados por operações policiais em regiões dominadas pelo crime organizado, entre janeiro e março deste ano. 15 unidades permaneceram fechadas por pelo menos dois dias letivos em razão dos confrontos entre policiais e criminosos.


Lilian também ressalta que, além de todos os desafios enfrentados, sofre com a falta de professores, o que dificulta ainda mais seu aprendizado.


“A escola onde estudo é na favela, uma das mais perigosas do Rio, consequentemente é perto de áreas de risco. Com isso, além de ter as aulas interrompidas, eu, em diversos momentos, também não tenho professores. Afinal, é muito difícil professor arriscar a vida para dar aula”, finalizou.


“Poder estudar foi o que salvou a minha vida”


Historicamente, as comunidades do Rio de Janeiro sofrem o impacto de altas taxas de criminalidade, criando um ambiente que dificulta as oportunidades educacionais para os jovens. A presença constante de atividades como tráfico de drogas, violência e incidentes relacionados a facções causam medo e insegurança na população dessas regiões. Consequentemente, as instituições de ensino lutam para fornecer um ambiente de aprendizado seguro e propício, impactando a qualidade geral da educação recebida pelos jovens.


Para Maria da Conceição, empregada doméstica e moradora do Morro do Adeus, no Complexo do Alemão, na Zona Norte da capital fluminense, a violência sempre foi uma dificuldade a mais na criação dos filhos: “por muitos dias, meus dois filhos não puderam ir à escola por conta da violência. Quando o morro estava em guerra, não podíamos nem mesmo sair de casa”.


O levantamento do Instituto “Fogo Cruzado”, realizado entre os meses de março de 2019 e janeiro de 2020, concluiu que dois mil tiroteios ocorreram em regiões próximas a escolas na Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Números preocupantes, de modo que afetaram as aulas em 1.758 colégios e representam quase um terço dos confrontos registrados no período.


Para tentar evitar essa situação, o Partido Socialista Brasileiro, PSB, junto com ONGs e movimentos sociais, apresentaram ao Supremo Tribunal Federal A Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental 635, ou como ficou conhecida, a ADPF das favelas, que prevê, entre outras medidas, a restrição de operações policiais em perímetros de escolas, creches e serviços de saúde. Além disso, a iniciativa visa proibir o uso de qualquer equipamento educacional ou de saúde como base operacional das polícias civil e militar. Afinal, cerca de ¼ dos cariocas vivem entre as 763 favelas do Rio de Janeiro, segundo os dados do Censo de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o IBGE.



A educação desempenha um papel vital na quebra desse ciclo de criminalidade. De acordo Rita Simone Ramos, diretora da Escola de Formação Paulo Freire, da subsecretaria de ensino da Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro, o ensino através de projetos diversificados ajudam o jovem a se afastar da violência urbana.


“O aluno se afasta de coisas atrativas de rua quando se interessa pela educação, com uma proposta de trabalho que envolva a vida social dele e que traga possibilidades de aprendizagem, não só do sistematizado de matérias como língua portuguesa e matemática, mas sim que ela viva possibilidades de tecnologia, meio ambiente e sustentabilidade. E tem o ensino em horário integral também, que é importante e característico de países desenvolvidos”, analisa.


Para a estudante Brenda, por exemplo, o sonho da universidade só foi possível graças ao projeto social Redes da Maré, que atua na comunidade em que vive, a Nova Holanda, no Complexo da Maré. Segundo o Boletim de Segurança Pública produzido pelo órgão desde 2016, no ano de pré-vestibular de Brenda, 2018, as escolas da região deixaram de funcionar por 10 dias. Mesmo assim, ela conseguiu a sonhada vaga no ensino superior, algo fora da realidade para a maior parte das pessoas no seu entorno.


Já para uma outra parte dos estudantes que vivem em favelas, só é possível estudar se distanciando das comunidades onde moram. Foi o caso do estudante Vitor Hugo Tito, que graças à ajuda de amigos da família, pôde deixar sua rotina de violência urbana em Senador Camará para concluir seus estudos no bairro de Campo Grande, Zona Oeste da cidade. Tito, que hoje atua na liderança jovem do Partido Solidariedade, expõe que a educação foi a maior responsável para que ele não entrasse no crime.


“Através do estudo, entendi o ambiente que eu vim, porque ele era assim, porque as pessoas eram marginalizadas e que eu era mega privilegiado tendo a oportunidade de estudar. Vi alguns amigos de infância se perderem para o crime, alguns perderam a própria vida! Então, poder estudar foi literalmente o que salvou minha vida. Se eu não tivesse essa oportunidade, só Deus sabe onde eu estaria hoje. Poderia nem estar mais vivo para ser sincero”, afirma.


Estudar é difícil. Ensinar mais ainda.


“Fora a criminalidade propriamente dita, ainda tem a violência da polícia, das famílias, que são muito agressivas com as crianças, e entre os próprios alunos. É um problema generalizado”. Diretora de escola pública no Complexo da Maré, Cassandra Rocha expôs que a violência é um problema crônico em lugares dominados pela criminalidade, mas que não vem apenas de facções, como também da polícia e da população.


Dados da Redes da Maré, expõem que 62,4% da população local não completou o ensino fundamental, superior ao índice nacional, de 53,4%. Esses números refletem uma falha educacional gravíssima que não é exclusiva da região, mas de lugares dominados pelo crime em geral. Enquanto a taxa de analfabetismo entre a população maior de 15 anos no estado do Rio de Janeiro era de 4,2%, segundo o Censo Demográfico do IBGE em 2010, localidades como Itaguaí, Queimados, Seropédica e Japeri alcançaram índices maiores, estando esse último em 7%.


Observando que há um problema crônico em levar educação para ambientes desafiadores, a Lei de Diretrizes e Bases de 1996 reconheceu a Educação de Jovens e Adultos (EJA) como parte da Educação Básica para quem não teve acesso aos estudos na “idade própria”. Uma das justificativas dessa política é que a busca pela escolarização pode estar ligada ao desejo de melhorar as condições de trabalho e de vida.


Cassandra Rocha aponta que familiares dos alunos não valorizam a educação como devem, uma vez que eles próprios não tiveram uma vivência acadêmica de qualidade para entender o seu valor. Para ela, isso impacta diretamente no dia-a-dia das escolas, que são coagidas a não exercer plenamente a função de ensinar.


"Geralmente, nas áreas de criminalidade do Rio de Janeiro, as pessoas vivem e sobrevivem sem educação, então para elas isso não tem muito valor. No diálogo com as famílias, é preciso cobrar para que o ensino tenha um valor maior. Deve ser tudo feito com delicadeza, de forma clara, mas sem ser grosseiro. Então a gente fica meio que pisando em ovos”, conta a profissional.


Professora há 28 anos, Janaína de Souza, relata que o trajeto para chegar e sair do trabalho é um problema, de modo que está exposta a confrontos rotineiros entre facções ou com a polícia. Ainda assim, dentro das próprias unidades de educação, a profissional não se sente completamente segura, dizendo que “precisa se esconder algumas vezes ou correr de uma sala para outra”.


Cartum de André Dahmer

Marcela Lima, educadora da rede pública há 30 anos, conta que, durante o tempo em que trabalhava na Cidade de Deus, precisou de ajuda médica para controlar o pânico por estar trabalhando em um ambiente dominado pela violência. Ela expõe que a escola em que trabalhava precisou negociar com criminosos para funcionar, uma vez que o próprio ‘chefe do morro’ mandou fechar a escola.


A professora diz se sentir impotente com essas situações e nota que a escola faz muito pouco pelos alunos. Dados do IBGE, também de 2010, mostram que o analfabetismo da população na Cidade de Deus alcançava 3,88% da população, superior ao índice do município, de 2,88%. Ela relata que, embora alguns digam que viam nos professores um ombro amigo ou possibilidade de evoluir na vida, nenhum dos que entraram para o crime lhe externou isso.


Narrando com tristeza, Marcela relembra que “há casos de estudantes que somem e depois sabemos que entraram para o crime. E há alunos que frequentam as aulas e, de repente, sabemos que foi preso ou que concomitantemente estuda e trabalha no movimento”.


Do outro lado, a professora Janaína de Souza não perde a esperança de que com o incentivo certo, seja pelo investimento em segurança pública ou até por parte das famílias instigando as crianças na aprendizagem, a educação pode melhorar: “Eu sinto que é possível fazer alguma diferença, permitir que os alunos enxerguem algo novo”.


E como fica o futuro da educação?


A violência no ambiente escolar causa diversos impactos na rotina dos alunos e dos profissionais do ramo educacional e, visando trazer mais estabilidade e tranquilidade, a Prefeitura do Rio de Janeiro juntamente com a Secretaria de Educação, lançou, em abril deste ano, o aplicativo Escola Segura. A ferramenta digital, considerada uma das mais avançadas no Brasil em relação à segurança escolar, acompanha e monitora as ocorrências de diversos tipos de violência em mais de 1500 unidades escolares.


O aplicativo possui um botão de emergência que pode acionar, em menos de 10 segundos, a Gestão de Segurança Escolar, GSE, a Gerência de Proteção ao Educando, GPE, o Núcleo dos Programas de Saúde Escolar, NPSE, e o Núcleo Interdisciplinar de Apoio às Unidades Escolares, NIAP. Ainda pode acionar o Centro de Operações Rio, COR, que é responsável por comunicar as polícias Civil e Militar, a Defesa Civil, a Geo-Rio ou a Guarda Municipal. Juntamente com a solicitação de ajuda, gera-se um alerta e, por fim, é sinalizado qual tipo de violência está acontecendo na unidade escolar.


O aplicativo Escola Segura - Foto: Guilherme Oliveira / SME

Para além da ferramenta Escola Segura, o Comitê Internacional da Cruz Vermelha, CICV, desenvolveu o protocolo Acesso Mais Seguro, que tem como objetivo reduzir os impactos da violência externa junto às escolas municipais. O programa, com intuito de preservar toda a comunidade escolar, dispõe de orientações e procedimentos aos funcionários quando há tiroteio ou um momento de confronto entre grupos armados nos arredores das unidades escolares.


Para a Nalayne Pinto, pesquisadora e professora de Sociologia da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, a segurança pública do Rio de Janeiro é muito complexa, por conta da sua extensa área territorial dominada por violência, e realça que é uma questão que necessita ser encarada por diferentes campos de atuação. Porém, a professora insiste que as próprias escolas devem promover trabalhos de incentivo para os jovens não desistirem de frequentar o ambiente escolar.


“A escola tem que participar de forma significativa criando projetos visando a retenção dos jovens e oferecendo a eles outras possibilidades para que, mesmo com essas adversidades envolvendo a violência, não os desestimulem a parar de estudar e consequentemente ocorrer a evasão escolar. Por exemplo, uma ótima estratégia seria garantir uma bolsa de 500 reais para o jovem, incentivando para que ele fique até o final do ensino médio”, afirma.


A diretora escolar, Flávia Lima, recorda que as ações tomadas pelo Estado não substituem o 190, número de telefone da Polícia Militar em casos de necessidade imediata ou socorro rápido, mas, em conjunto com iniciativa tomada pelos órgãos educacionais, visam minimizar os danos na educação do país.


“São ótimas saídas. Podemos acionar e confiar em diversos órgãos distintos, que vão saber naquela hora o que está passando. Mas é sempre bom lembrar que o aplicativo e os vários protocolos não substituem o 190, contudo é uma ação essencial para a segurança das pessoas envolvidas no dia a dia escolar”, finalizou.


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