Cadê a Linha 3 do MetrôRio? Essa é uma das promessas mais antigas do estado
- Blog do Yan Ney
- 11 de abr. de 2023
- 3 min de leitura
Atualizado: 24 de mar.
Há anos o governo estadual promete modal até Niterói, mas até agora as obras não começaram.

O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), completou seus 100 dias de mandato nesta segunda-feira (10) e uma de suas promessas de campanha não ganhou muita atenção. A Linha 3 do metrô, que ligaria o Rio de Janeiro a Niterói, através da Baía de Guanabara, deve continuar na gaveta até o final do governo.
Em janeiro, Cláudio Castro se reuniu com o presidente Lula (PT) e, como combinado, deveria levar uma lista de prioridades das obras que poderiam ser auxiliadas pelo governo federal. A Linha 3 do metrô não foi citada no encontro, porque, segundo o governador, em entrevista ao O Globo, a obra não é uma prioridade e precisa “maturar”. No entanto, durante a campanha eleitoral, Castro se referiu ao projeto como pronto e que sua verba viria do leilão da CEDAE.
“O projeto está pronto, a gente só não fez antes porque não tínhamos dinheiro. Agora temos porque fizemos a maior concessão do Brasil”, afirmou o governador.
Em um trecho das “Diretrizes Gerais” do seu Plano de Governo, Claudio Castro citou a Linha 3 do metrô entre as metas para a mobilidade urbana, mas não incluiu a extensão entre o Rio de Janeiro e Niterói.
“Nosso otimismo encontra fundamento em obras efetivas, que estão modernizando a antiquada estrutura viária do Estado, indo até o mais remoto trecho vicinal rural, viabilizando novas centralidades metropolitanas ao rasgar poderosas artérias de escoamento sobre trilhos (o Metroleve Baixada – Arco) e a Linha 3 (São Gonçalo – Praça Araribóia).”

Segundo um relatório da Câmara Legislativa, a Linha 3 foi licitada em 2001 e dividida em duas partes. A primeira, com extensão aproximada de 6 km, ficaria entre as estações Carioca (Rio de Janeiro) e Araribóia (Niterói), passando por baixo da Baía de Guanabara. A parte 2, com cerca de 21 km, compreenderia entre as estações Araribóia (Niterói) e Guaxindiba (São Gonçalo), com segmentos em elevado e em superfície.
Mais tarde, em 2011, o Ministério das Obras do governo Dilma Rousseff anunciou que a construção da linha 3 começaria naquele ano para uma abertura em 2014. A implantação teria um orçamento de R$ 1,2 bilhão, mas foi impedida pelo Congresso Nacional.
Em 2013, Dilma e o então governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, fecharam uma parceria com o objetivo de arrecadar R$ 2,57 bilhões para construir o modal. Na época, a presidente chamou o acordo de “processo para pegar junto e resolver problemas".
Posteriormente, Luiz Fernando Pezão assumiu o Palácio Guanabara e prometeu a implantação do metrô, o que não aconteceu. Esse episódio também se repetiu no breve governo de Wilson Witzel, que chegou a sugerir a substituição do projeto pela expansão das barcas.
“Estamos estudando se a melhor forma é a Linha 3 ou colocar as (estações de) barcas. Ainda neste ano (2020) vamos reestruturar o transporte. Eu sei da dificuldade de quem sai daqui de São Gonçalo e vai para o Rio, usando o transporte público. É caro e lento.” disse Witzel.
Ocupações no caminho

A antiga linha férrea entre São Gonçalo e Niterói, que seria utilizada como base, está no meio de diversas ocupações, como casas, comércio e até academia pública construída pela prefeitura. Este seria mais um desafio do governo estadual para implantar o modal na região.
Ao longo do trajeto já se observam desocupações, mas para outro projeto. De acordo com a Prefeitura de São Gonçalo o objetivo deste trabalho é para as obras de implementação do Mobilidade Urbana Verde Integrada (MUVI).
O projeto prevê a criação de um novo corredor viário, com pistas de BRS e ciclovia, ao longo de aproximadamente 14 km. O MUVI foi pensado para modernizar o transporte público coletivo e estimular o uso de bicicletas. O orçamento para a implantação passa dos R$ 260 milhões.
Especialistas alertam que essa não é a melhor decisão, porque o modal ferroviário é o mais indicado para transportar a população nas grandes cidades. Trens e metrôs são conhecidos pelo baixo custo de manutenção, já que os combustíveis envolvem menos gastos, e pela alta capacidade de carga em comparação a outros tipos de modais de transporte.
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